segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

2º Domingo da Quaresma - ano B


Refletindo o Evangelho do Domingo

Pe. Thomaz Hughes, SVD

SEGUNDO DOMINGO DA QUARESMA - ANO B

Mc 9,2-10

“Este é o meu Filho bem-amado. Ouvi-O!   


Oração do dia

Ó Deus, que nos mandastes ouvir o vosso Filho amado, alimentai nosso espírito com a vossa palavra, para que, purificado o olhar de nossa fé, nos alegremos com a visão da vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Evangelho (Marcos 9,2-10)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos. 9,2 Seis dias depois, Jesus tomou consigo a Pedro, Tiago e João, e conduziu-os a sós a um alto monte. E 3 transfigurou-se diante deles. Suas vestes tornaram-se resplandecentes e de uma brancura tal, que nenhum lavadeiro sobre a terra as pode fazer assim tão brancas. 4 Apareceram-lhes Elias e Moisés, e falavam com Jesus. 5 Pedro tomou a palavra: “Mestre, é bom para nós estarmos aqui; faremos três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. 6 Com efeito, não sabia o que falava, porque estavam sobremaneira atemorizados. 7 Formou-se então uma nuvem que os encobriu com a sua sombra; e da nuvem veio uma voz: “Este é o meu Filho muito amado; ouvi-o”. 8 E olhando eles logo em derredor, já não viram ninguém, senão só a Jesus com eles. 9 Ao descerem do monte, proibiu-lhes Jesus que contassem a quem quer que fosse o que tinham visto, até que o Filho do homem houvesse ressurgido dos mortos. 10 E guardaram esta recomendação consigo, perguntando entre si o que significaria: “Ser ressuscitado dentre os mortos”. Palavra da Salvação.

COMENTÁRIO

O texto de hoje vem logo após o diálogo com Pedro e os discípulos, na estrada de Cesareia de Filipe, sobre quem era Jesus e como deveria ser o seu seguimento: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga” (Mc 8, 34). Começando essa passagem com as palavras “Seis dias depois”, Marcos quer ligar estreitamente o texto com a mensagem anterior sobre a cruz.

O texto destaca um aspecto de Jesus que é muito importante - o fato que Ele era um homem de oração. Durante a oração aparecem Moisés e Elias, símbolos da Lei e dos Profetas. Assim, Marcos mostra que Jesus está em continuidade com as Escrituras, isto é, o caminho que Jesus segue está de acordo com a vontade de Deus. Os dois personagens, tanto Moisés como Elias, eram profetas rejeitados e perseguidos no seu tempo - Marcos aqui vislumbra mais uma vez o destino de Jesus, de ser rejeitado, mas também de ser vindicado por Deus.
Pedro, ao despertar do sono, faz uma sugestão descabida: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias” (v. 5). Claro, seria bom ficar ali; É um momento místico, longe do dia-a-dia, da caminhada, das dúvidas, dos desentendimentos, da luta. Mas, é uma sugestão que Jesus não pode aceitar, pois seria uma fuga da sua missão de Servo de Javé. Terminado o momento de revelação, “Jesus estava sozinho” e em seguida “desceram da montanha” (v. 9). Por tão gostoso que possa ser ficar no Monte, é preciso descer para enfrentar o caminho até o Monte Calvário! A experiência da Transfiguração está intimamente ligada com a experiência da cruz! Talvez, foi a força da experiência do Monte Tabor que deu a Jesus a coragem necessária para aguentar a experiência bem dolorosa do Calvário!
Todos nós - seja qual for a nossa vocação - precisamos de momentos de oração profunda, de união especial com Deus. Mas, essas experiências não são “intimistas” - nos aprofundam a nossa fé e o nosso seguimento para que possamos seguir o exemplo d’Ele que lavou os pés dos discípulos: “Eu, que sou o Mestre e o Senhor, lavei os seus pés de vocês; por isso, vocês devem lavar os pés uns dos outros” (Jo 13, 14). Também, esse trecho pode nos ensinar a valorizar os momentos de “Tabor”, os momentos de paz, de reflexão, de oração. Pois, se formos coerentes com a nossa fé, teremos muitas vezes de fazer a experiência de “Calvário”! Somos fracos demais para aguentar esta experiência - por isso, busquemos forças na oração, na Palavra de Deus, na meditação - mas sempre para que possamos retomar o caminho, como fizeram Jesus e os três discípulos! Para os momentos de dúvida e dificuldade, o texto nos traz o conselho melhor possível, através da voz que saiu da nuvem: “Este é o meu Filho bem-amado. Ouvi-o!” (v. 7). Façamos isso, e venceremos os nossos Calvários, como Jesus venceu, e mais tarde, os seus discípulos!

Salmo responsorial 115/116B

Andarei na presença de Deus,
junto a ele na terra dos vivos.

Guardarei a minha fé, mesmo dizendo:
“É demais o sofrimento em minha vida!”
É sentida por demais pelo Senhor
a morte de seus santos, seus amigos.

Andarei na presença de Deus,
junto a ele na terra dos vivos.

Eis que sou o vosso servo, ó Senhor,
vosso servo que nasceu de vossa serva;
mas me quebrastes os grilhões da escravidão!
Por isso oferto um sacrifício de louvor,
invocando o nome santo do Senhor.

Andarei na presença de Deus,
junto a ele na terra dos vivos.

Vou cumprir minhas promessas ao Senhor
na presença de seu povo reunido;
nos átrios da casa do Senhor,
em teu meio, ó cidade de Sião!

Andarei na presença de Deus,
junto a ele na terra dos vivos.



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