Refletindo o Evangelho do Domingo
Pe. Thomaz Hughes, SVD
TERCEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B
Mc 1, 14-20
“Sigam -me e eu farei vocês
se tornarem pescadores de homens”
Oração
do dia
Deus eterno
e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos,
em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Evangelho (Marcos 1,14-20)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
1,14 Depois que João foi
preso, Jesus dirigiu-se para a Galiléia. Pregava o Evangelho de Deus, e dizia: 15 "Completou-se o
tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no
Evangelho." 16 Passando ao longo do mar
da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois
eram pescadores. 17 Jesus disse-lhes:
"Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens." 18 Eles, no mesmo instante,
deixaram as redes e seguiram-no. 19 Uns poucos passos mais
adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa
barca, consertando as redes. E chamou-os logo. 20 Eles deixaram na barca
seu pai Zebedeu com os empregados e o seguiram. Palavra da Salvação.
COMENTÁRIO
O texto de hoje trata da vocação dos primeiros discípulos conforme a
tradição sinótica, em contraste com o do último Domingo, que nos trouxe a
tradição da comunidade do Discípulo Amado.
Marcos logo destaca e situa concretamente o momento de Jesus lançar-se
na sua vida pública - “depois que João Batista foi preso”. Não é uma indicação
meramente cronológica, mas causativa, no sentido que Jesus começou a pregar
porque João foi preso. Assim, Ele se coloca na tradição profética de João
Batista, uma vocação que levaria Jesus, como levou João, ao martírio.
O texto encapsula em versículo 15 todo o conteúdo do Evangelho na frase
lapidar “o tempo já se cumpriu, e o Reino de Deus está próximo. Convertam-se e
acreditem na Boa-Notícia”. O Reino de Deus irrompeu no meio da humanidade de
uma maneira definitiva, através da pessoa e ação de Jesus de Nazaré. Esse Reino
exige resposta da parte das pessoas - a conversão que nasce da fé na
Boa-Notícia da salvação, da justiça e da paz que Jesus trouxe.
Mas, Deus quis precisar das pessoas para concretizar o seu plano; e por
isso, o primeiro passo de Jesus foi formar uma comunidade de discípulos. É
importante notar a atividade dos primeiros chamados - dois estavam “lançando a
rede ao mar” e dois estavam “consertando as redes”. Significa os dois aspectos
da vida cristã - a missão (lançar as redes) e a comunhão (consertar as redes). Como
as redes se rasgam de tanto serem lançadas, assim acontece com a nossa vida; as
nossas comunidades - por sermos frágeis, facilmente se rompem a nossa comunhão
e unidade. Por isso, temos também de dar tempo para “consertar” - fortalecer a
nossa união, a nossa vida interior, as nossas comunidades. Rede rompida não pega
peixe - e rede consertada, por tão bonita que possa ser, se não for lançada,
também não pega peixe. É assim com a vida cristã - se rompermos a nossa unidade e
comunhão, não traremos pessoas para o Reino. Mas, se cairmos em uma religião
intimista e individualista, não nos lançando na missão, tampouco seremos
“pescadores de homens”. O unilateralismo deve ser evitado.
Também é de notar que tanto os dois que estavam lançando as redes como os que estavam consertando-as tiveram que deixar algo para seguir Jesus - ou as redes, (símbolo da segurança profissional) ou o pai e os empregados (símbolo da segurança afetiva). Não é possível seguir Jesus sem deixar algo. Uma religião de seguranças humanas, que não exige compromissos concretos e opções às vezes difíceis, não é a religião de Jesus. O Evangelho é como “espada de dois gumes” (Hb 4, 12), incomoda e desinstala-nos hoje, da mesma maneira do que os primeiros discípulos. Perguntemo-nos: “o que é que o seguimento de Jesus exige que eu deixe, neste momento concreto da minha caminhada de discípulo ou discípula-missionário de Jesus e do Reino?
Também é de notar que tanto os dois que estavam lançando as redes como os que estavam consertando-as tiveram que deixar algo para seguir Jesus - ou as redes, (símbolo da segurança profissional) ou o pai e os empregados (símbolo da segurança afetiva). Não é possível seguir Jesus sem deixar algo. Uma religião de seguranças humanas, que não exige compromissos concretos e opções às vezes difíceis, não é a religião de Jesus. O Evangelho é como “espada de dois gumes” (Hb 4, 12), incomoda e desinstala-nos hoje, da mesma maneira do que os primeiros discípulos. Perguntemo-nos: “o que é que o seguimento de Jesus exige que eu deixe, neste momento concreto da minha caminhada de discípulo ou discípula-missionário de Jesus e do Reino?
Salmo
24/25
Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos,
Vossa verdade me oriente e me conduza.
Mostrai-me,
ó Senhor, vossos caminhos
e
fazei-me conhecer a vossa estrada!
Vossa
verdade me oriente e me conduza,
Porque
sois o Deus da minha salvação.
Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos,
Vossa verdade me oriente e me conduza.
Recordai,
Senhor meu Deus, vossa ternura
e a
vossa compaixão, que são eternas!
De
mim lembrai-vos, porque sois misericórdia
e
sois bondade sem limites, ó Senhor!
Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos,
Vossa verdade me oriente e me conduza.
O
Senhor é piedade e retidão
e
reconduz ao bom caminho os pecadores.
Ele
dirige os humildes na justiça
e aos pobres ele ensina o seu
caminho.
Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos,
Vossa verdade me oriente e me conduza.
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