sábado, 31 de dezembro de 2011

3º DOMINGO COMUM - ANO B



Refletindo o Evangelho do Domingo

Pe. Thomaz Hughes, SVD

TERCEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B

Mc 1, 14-20

“Sigam -me e eu farei vocês se tornarem pescadores de homens”


Oração do dia
Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Evangelho (Marcos 1,14-20)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
1,14 Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galiléia. Pregava o Evangelho de Deus, e dizia: 15 "Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho." 16 Passando ao longo do mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. 17 Jesus disse-lhes: "Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens." 18 Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no. 19 Uns poucos passos mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa barca, consertando as redes. E chamou-os logo. 20 Eles deixaram na barca seu pai Zebedeu com os empregados e o seguiram. Palavra da Salvação.

COMENTÁRIO


O texto de hoje trata da vocação dos primeiros discípulos conforme a tradição sinótica, em contraste com o do último Domingo, que nos trouxe a tradição da comunidade do Discípulo Amado.

Marcos logo destaca e situa concretamente o momento de Jesus lançar-se na sua vida pública - “depois que João Batista foi preso”. Não é uma indicação meramente cronológica, mas causativa, no sentido que Jesus começou a pregar porque João foi preso. Assim, Ele se coloca na tradição profética de João Batista, uma vocação que levaria Jesus, como levou João, ao martírio.

O texto encapsula em versículo 15 todo o conteúdo do Evangelho na frase lapidar “o tempo já se cumpriu, e o Reino de Deus está próximo. Convertam-se e acreditem na Boa-Notícia”. O Reino de Deus irrompeu no meio da humanidade de uma maneira definitiva, através da pessoa e ação de Jesus de Nazaré. Esse Reino exige resposta da parte das pessoas - a conversão que nasce da fé na Boa-Notícia da salvação, da justiça e da paz que Jesus trouxe.

Mas, Deus quis precisar das pessoas para concretizar o seu plano; e por isso, o primeiro passo de Jesus foi formar uma comunidade de discípulos. É importante notar a atividade dos primeiros chamados - dois estavam “lançando a rede ao mar” e dois estavam “consertando as redes”. Significa os dois aspectos da vida cristã - a missão (lançar as redes) e a comunhão (consertar as redes). Como as redes se rasgam de tanto serem lançadas, assim acontece com a nossa vida; as nossas comunidades - por sermos frágeis, facilmente se rompem a nossa comunhão e unidade. Por isso, temos também de dar tempo para “consertar” - fortalecer a nossa união, a nossa vida interior, as nossas comunidades. Rede rompida não pega peixe - e rede consertada, por tão bonita que possa ser, se não for lançada, também não pega peixe. É assim com a vida cristã - se rompermos a nossa unidade e comunhão, não traremos pessoas para o Reino. Mas, se cairmos em uma religião intimista e individualista, não nos lançando na missão, tampouco seremos “pescadores de homens”. O unilateralismo deve ser evitado.
     Também é de notar que tanto os dois que estavam lançando as redes como os que estavam consertando-as tiveram que deixar algo para seguir Jesus - ou as redes, (símbolo da segurança profissional) ou o pai e os empregados (símbolo da segurança afetiva). Não é possível seguir Jesus sem deixar algo. Uma religião de seguranças humanas, que não exige compromissos concretos e opções às vezes difíceis, não é a religião de Jesus. O Evangelho é como “espada de dois gumes” (Hb 4, 12), incomoda e desinstala-nos hoje, da mesma maneira do que os primeiros discípulos. Perguntemo-nos: “o que é que o seguimento de Jesus exige que eu deixe, neste momento concreto da minha caminhada de discípulo ou discípula-missionário de Jesus e do Reino?

Salmo 24/25

Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos,
Vossa verdade me oriente e me conduza.

Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos
e fazei-me conhecer a vossa estrada!
Vossa verdade me oriente e me conduza,
Porque sois o Deus da minha salvação.

Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos,
Vossa verdade me oriente e me conduza.

Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura
e a vossa compaixão, que são eternas!
De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia
e sois bondade sem limites, ó Senhor!

Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos,
Vossa verdade me oriente e me conduza.

O Senhor é piedade e retidão
e reconduz ao bom caminho os pecadores.
Ele dirige os humildes na justiça
e aos pobres ele ensina o seu caminho.

Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos,
Vossa verdade me oriente e me conduza.



 

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